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  1. Herman Faulstich

    Legítimo Design Australiano

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    (Artigo escrito para o site X-DESIGN no período de 2000/2002)





    Outro dia estava assistindo ao filme "Dogma", de Kevin Smith e, na introdução, foi citado que Deus devia possuir senso de humor senão não haveria criado o ornitorrinco. Realmente, o ornitorrinco é esquisito. Parece que foi montado no Photoshop, colando partes de vários animais, no estilo Frankstein mesmo. E não só ele, muitos animais da Austrália possuem o mesmo padrão.

    Quando Deus estava projetando os animais australianos deve ter os usado como protótipos e modelos de prova para vários estudos de design, biônica e biomecânica , ou deixou a cargo de algum calouro no seu escritório de biodesign, e como o prazo estava vencido, entregou o projeto assim mesmo (no sétimo dia obviamente, depois de varar a noite em frente a um PC que cismava em travar e fechar o "Biocad 3D" várias vezes).

    De acordo com as teorias evolutivas o ornitorrinco foi uma espécie que, devido ao isolamento geográfico, estacionou no desenvolvimento, numa época em que os mamíferos tinham acabado de se originar dos répteis. Não apenas a aparência é estranha: sabiam que a fêmea não possui mamas? Então como amamenta as crias se foi classificado como mamífero? Bem, o leite escorre pela pelagem, do tipo suor mesmo, na área abdominal e os filhotes o lambem.. Depois de ver esse erro no projeto (o leite deve misturar-se com a terra, formando um lamaçal), provavelmente uma análise junto ao público alvo, os filhotes, Deus projetou o mamilo. O ornitorrinco é um animal desenvolvido para o meio aquático, sua patas com membranas interdigitais, a cauda que serve com leme e o bico-de-pato refletem esse conceito. E o ovo? Onde se encaixa na lógica projetiva? Não sei e acho que nem Ele. Quase acertou na questão dos pêlos, pois servem para proteger e esquentar a cria e o próprio animal, mas dificultam a performance na água (com base nisso, eliminou-os nos golfinhos e baleias). O bico de pato.... bem.... como não combinava com nada mesmo, reutilizou-o nos patos e marrecos.

    As aves devem muito ao ornitorrinco: os bicos e os ovos (bem, existe aquela teoria de que os dinossauros são os antepassados diretos das aves, mas me recuso a pensar num tiranossauro, feio e mal, com plumas coloridas na cabeça correndo atras da presa com aquelas patinhas ridículas. As presas deviam morrer é de tanto rir ).
    Acham o ornitorrinco estranho?

    Mais ainda é a équidna , uma mistura de porco - espinho com toupeira. Na época da reprodução ela faz um ginástica doida: dobra o corpo e põe ovo em si mesma (?!!!!), numa bolsa (marsúpio) que se forma durante a gravidez. 


    E o ovo? Bem, o ovo é quase uma esfera de 15 x 13 e deve ser muito difícil pra sair ( com base neste protótipo infeliz, Deus mudou o design dos ovos para o atual, meio alongado, que facilita a saída.). É um animal com característica de réptil, ave e mamífero, um verdadeiro fóssil vivo.

    Acha que o Criador parou por aí?

    Não, ainda tem o kiwi, uma ave (?) sem asas, sem caudas, cujas penas parecem pêlos, e pasmem, o macho é quem choca os ovos e cuida dos filhotes!!. Ao nascerem seguem o pai que os alimenta, ignorando a mãe (deve ter sido as primeiras a queimarem os soutiãs).




    Agora o mais famoso: o canguru.

    Por algum erro de projeto, o filhote nasce mais cedo e para tentar resolver o problema, criou-se uma encubadora natural, a bolsa em que a cria espera o momento certo para sair. O mais estranho foi guardado para os orgãos reprodutivos: o pênis do macho é em formato de "y" e, seguindo a "lógica projetiva", a vagina da fêmea é dupa, "How Bizarre"!!!

    E, lógico, não podia esquecer do diabo-da-tasmânia.
    Esse bicho que mede apenas meio metro, (contando com a cauda), e coragem inversamente proporcioanl ao tamanho, possui mandíbulas com dentes bem agudos que trituram ossos e o levam a atacar presas maiores.

     


    Quando invade um galinheiro não deixa nenhuma galinha viva, embora somente duas ou três bastam para saciar sua fome. Antes de atacar emite um grito agudo, muito conhecido dos moradores da região. De hábitos noturnos, a sua pelagem negra o ajuda muito na hora da caça (ponto para programação visual). Só tem semelhante no seu parente canadense , o carcaju, também conhecido como wolverine, igualmente pequeno e feroz, só largando a presa depois de morto ou aleijado. Imagine um animal desses do tamanho de um leão? Ainda bem que o modelo foi feito em escala reduzida.

    Imagino a dificuldade dos biólogos em classificar esses bizarros animais. Deve ter sido no cara e coroa ou outro método igualmente ciêntífico.

    Acho que a Austrália foi um tipo de depósito de biodesign inacabados do Criador. Ou na pressa de entregar o mundo cheio de bichos para Adão nomear, copiou alguns croquis da pasta "estudos de design baseados em criaturas de seriados japoneses" e colou naquela ilha isolada só para cumprir o prazo de entrega do projeto.

    Agora imagine se todo o país seguise este padrão projetivo-visual? Como seriam as pessoas e a arquitetura? Prédios de barros e com rodas? Pessoas azuis com três braços, sete olhos e asas de pelicano? Cachorros miando e que põe ovos-de-páscoa (sem bombom dentro), peixes que correm gritando (ou latindo se forem de água-doce), carros movidos a calouros, homens que tem TPM, cólica e engravidam? (tá bom, tá bom, exagerei)

    Encerro esta coluna esperando que Deus continue de bom humor e não resolva deletar a gente do arquivo de uma hora pra outra, apesar de possuirmos alguns defeitos de projeto, acredito que o ser humano é um pouco melhor que o ornitorrinco, afinal inventamos o Dreamweaver, o Fireworks e o Photoshop.

    Até a próxima.


    Herman Faulstich
    (Herman Faulstich não é australiano)
  2. Herman Faulstich

    O que é design?

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    (Artigo escrito para o site X-DESIGN no período de 2000/2002)

    Design [ di-zain'] s. plano; projeto; esboço; desígnio; intenção., mira; (theat.) cenário; to have - s on, ter o pensamento em; by -, de propósito va. (house) planear, planejar; delinear; projetar; desenhar. Intentar; destinar.

    Fonte : Collins Gem Dictionary


    Tarefa árdua esta a de conceituar o design. Devido a vários motivos, um significado padronizado do nome e da própria área de atuação, não existe. De modo geral, o termo é usado, principalmente pelo leigo, para descrever a forma de um produto. Originário do termo alemão Gestalt (figura, forma,aparência, estatura), que serviu como primeira definição da profissão ainda na Bauhaus.

    No entanto, o seu significado guarda uma relação mais estreita com a sua produção e aplicação. Vários pensadores e autores dão a sua definição particular da profissão, dificultando o seu conceito.

    Não temos a pretensão de lançar aqui o verdadeiro significado, mas expor os principais conceitos que definem a profissão, por isso escolhemos a definição de Gui Bonsiepe para começar:

    "O Desenho Industrial é uma atividade projetual, responsável pela determinação das características funcionais, estruturais e estético - formais de um produto, ou sistemas de produtos, para fabricação em série. É parte integrante de uma atividade mais ampla denominada desenvolvimento de produtos. Sua maior atribuição está na melhoria da qualidade de uso e da qualidade estética de um produto, compatibilizando exigências técnico-funcionais com restrições de ordem técnico-ecônomica."

    A nossa abordagem conceitual do design, é de origem acadêmica, pois é onde estão organizados e definidos de forma mais completa o significado, a origem e a aplicação da profissão. No Brasil o termo "design" foi traduzido como "desenho industrial", onde guarda uma limitação conceitual importante: design não é desenho, design transcende essa definição. Desenho é apenas uma das fases da produção do designer. O designer tem como função projetar um produto (seja ele objeto, identidade visual gráfica ou eletrônica), acompanhar sua produção e aguardar o feed-back do consumidor, alterando o necessário. Em poucas palavras, podemos dizer que design é a ciência de projetar alguma coisa .

    No âmbito acadêmico brasileiro, o curso de design existe em duas especializações:

    - Design gráfico (programação visual) - Onde o designer é responsável por soluções na área gráfica (livros, revistas, identidades visuais empresáriais) e eletrônicas (web design, multimídias, interface de softwares), onde cada mídia possui suas restrições projetuais características.

    - Design de produto (as vezes conhecido como desenho industrial mesmo) - Onde o designer atua no desenvolvimento e produção do produto - objeto, pesquisando as melhores soluções econômicas, estruturais e de interface humana.

    Design X Arte

    O designer, ao contrário do pensamento comum, não é artista. Ele utiliza elementos de arte no desenvolvimento do projeto. O artista, por definição, expressa uma idéia ou sentimento em um determinado meio, não tendo preocupação com aqueles que entrarão em contato com a peça, enquanto o designer tem como objetivo o mercado consumidor. O seu produto deve alcançar um padrão de venda satisfatório, considerando-se técnica, qualidade, público alvo, ou possibilitar a divulgação e melhora de um já existente, caso contrário, falha. Restrições técnicas-projetivas são uma constante no trabalho do designer. O seu mérito é supera-las e transformar o produto em um sucesso comercial.

    O designer tem que ser capaz de transitar por vários estilos. Ele deve ser capaz de adaptar o seu trabalho à vontade do cliente e encontrar a melhor solução para o caso. Produção em série e design andam juntos. Essa é uma das mais marcantes definições do designer, caso contrário poderemos considerar o profissional um artesão ou artista.

    Origem

    Datar a origem do design é algo muito trabalhoso. Alguns diriam que o design gráfico nasceu quando houve a necessidade de se escrever e ilustrar uma obra destinada a um certo tipo de público, e o design de produto, na produção medieval de armas e apetrechos pessoais. Numa definição mais atual, o designer nasceu juntamente com o advento da automação e produção em série. O profissional responsável pela concepção e acompanhamento do produto industrial. Poderíamos dizer que ele nasceu no período da Revolução Industrial, onde o artesanato estava sendo substituído pela produção industrial. Como conceito definido o designer, e a própria profissão, nasceu em 1919, com a fundação da Bauhaus, em Weimar na Alemanha.

    A Bauhaus

    A escola, fundada pelo arquiteto alemão Walter Gropius, tinha como objetivo a integração da arte com a indústria., onde a estética do produto adaptava-se as necessidades e limitações da produção em série. Fizeram parte do corpo docente da escola, vários artistas de destaque no meio, como Paul Klee e Kandinsky. A mistura de arte com a técnica, o choque do tradicional como inovador definiu a metodologia de ensino da escola e a fez um marco na história humana.

    O Desenho Industrial no Brasil

    No Brasil, o ensino da profissão surgiu em 1964 com a fundação da ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial) no Rio de Janeiro, hoje associada com a UERJ. Seus fundadores aplicaram a filosofia de ensino da Escola de Ulm.

    Em seguida a UFRJ, em 1973, fundou o curso na Escola de Belas Artes.

    Hoje o curso existe em todo o país, onde a maior concentração fica na cidade do Rio de Janeiro.


    Herman Faulstich e Armando Fontes
  3. Herman Faulstich

    X-Design

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    Um dos projetos dos quais tive mais orgulho de participar. O X-Design foi um portal destinado aos alunos de desenho industrial. Iniciativa de quando estava na graduação em 2000, na UFRJ, em parceria com Armando Fontes. Foi um trabalho recompensador, pois através dele tivemos contato com vários profissionais da área além de aprendemos cada vez mais sobre a profissão. Aqui o esforço esteva na escrita de artigos e gerenciamento do site.


    Aqui vai a primeira matéria do site feita para a coluna "X-Designer" com o nosso professor Leonardo Visconti.




    Pioneiro da formação acadêmica em design no Brasil faz uma retrospectiva da brilhante carreira.

    Leonardo Visconti fala do início do curso de formação superior em design no Brasil como um desejo comum que cresceu entre pessoas que nem se quer se conheciam.
     
    "A procura da formação de design no Brasil, principalmente o carioca, se deu através de um grupo que nem se conhecia mas já procurava essa formação ou mesmo especialização. Por isso as primeiras turmas eram formadas principalmente por quem já havia passado por algum outro curso superior como engenharia, arquitetura ou mesmo artes."

    Visconti, antes da escolha pelo curso de design, iniciou-se em arquitetura na UFRJ, ministrada ainda na Praia Vermelha onde funciona atualmente a Faculdade de Comunicação da UFRJ. Seu interesse era de após a faculdade fazer uma especialização fora do país, mas até que um dia conheceu alguém que mudou o seu rumo, juntamente com outros fatores.

    "Durante o curso de arquitetura tive a sorte de estagiar no escritório de Roberto Burle Marx por um período até longo, três anos. Lá no escritório, por ser um lugar muito freqüentado por arquitetos e artistas, vim a conhecer Aloísio Magalhães que estava estruturando com um grupo de pessoas o que viria a ser a ESDI, ( Escola Superior de Desenho Industrial ). Com a ida do curso de arquitetura para a Ilha do Fundão, eu acabei abandonando o curso, prestando outro vestibular para a Escola de Belas Artes que estava instalada no centro, hoje Museu Nacional de Belas Artes. Com esse contato com o Aloísio, soube que a estruturação do curso havia ficado pronta então em 1963 prestei vestibular novamente, agora para Desenho Industrial, o que realmente eu queria fazer. Assim ingressei na primeira turma."

    Falando sobre seus primeiros contatos com o design lembra da dificuldade de se conseguir materiais de leitura sobre o tema. "Por volta dos meus 16, 17 anos entrei numa livraria e vi um exemplar da revista "Style Industrie" Italiana, que tratava tanto de design gráfico, de produto quanto de arquitetura. Ali vi a real importância do design. Esse foi meu primeiro contato real e saquei que era exatamente aquilo que eu queria pra fazer." 

    Ao falar sobre seus primeiros trabalhos como profissional reforça a necessidade de bons projetos acadêmicos para a elaboração de seu portfólio. "Meus primeiros passos como profissional foram ainda na faculdade, por volta do segundo ano, já havia iniciado um escritório, com o professor de fotografia Luiz Otávio Temudo que encomendou a mim e ao Roberto Verschleisser, (com que Leo viria a formar mais tarde a Verschleisser/ Visconti) uma marca para um escritório de fotografia. Ao acompanhar nosso processo de raciocínio ele se interessou pela nossa forma de trabalho e nos convidou para formarmos o escritório, unindo fotografia e design gráfico." Nasceu então a Foco Programação Visual.

    Assim começamos eu e Verschleisser a projetar, enquanto o Temudo fazia contatos com os clientes. Lembro da importância de nossos projetos acadêmicos que por tão bem feitos e cuidados serviam como portfólio profissional onde mostrávamos aos empresários o que era design e fazíamos este assumir uma responsabilidade de projeto conosco. Foi uma verdadeira catequese. Levávamos nosso áudio-visual, composto de slides e garganta, e lá íamos os dois para a batalha na caça de clientes.

    Com a dissolução da Foco, onde Temudo dedicou-se a área de Turismo e os dois jovens designers com a experiência e confiança conquistadas resolveram montar o escritório que viria a ser um dos grandes concorrentes do maior escritório de design do Brasil na época, a PVDI, justamente de Aloísio Magalhães. Forma-se nesse momento uma parceria que durou vinte e oito anos e fez história no design no Brasil, a Verschleisser/Visconti. " Adquirimos muito conhecimento e confiança nesse período. Nossas bases já estavam estabelecidas, uma carta de clientes diversificada, havíamos ganho os concursos da CEG e da CSN, então nos víamos suficientemente maduros para montarmos nosso negócio sem a necessidade de um apadrinhamento.

    Participaram da formação de Leo Visconti, unanimidades do design como Karl Heinz Bergmiller, formando pela Escola de Ulm na Alemanha. Além de Edgard Decurtins, Norman Westwater, Alexandre Wollner, Décio Pignatari entre outras sumidades, já na época. Sendo que Bergmiller acompanhou a formação dessa primeira turma durante os quatro anos da faculdade.

    Dentro de seu vasto portfólio destaca na área de programação visual a marca da Companhia Siderúrgica Nacional ( CSN ) onde mais de duas mil peças receberam aplicações do símbolo criado e a CEG, Companhia Estadual de Gás do Rio de Janeiro. No setor de design de produtos gosta de citar o projeto da Mobralteca, como um belo projeto pelo seu caráter social:

    "Consistia em cinco furgões, um para cada região do país, que levavam o programa Mobral Cultural para as áreas de comunidade menos favorecidas do Brasil. Quando chegavam nas cidades, o furgão de abria e mostrava os vários módulos, que abrangiam assuntos desde pinacoteca e música até serviços de assistência social como atendimento médico, odontológico e registro de identidade. No caso do Norte foi até feito a Mobralteca Fluvial que percorria a bacia amazônica até as comunidades. Decidimos pelo uso de um barco de casco catamarã pela maior resistência e estabilidade ao se chocar com as diversas toras de madeira ao longo dos rios".

    Falando sobre gigantesco projeto do Metrô de São Paulo através da Marfesa em 1973, lembra que o amigo e um dos responsáveis pelo projeto, o engenheiro Cláudio de Senna Frederico, percebeu a incompatibilidade do sistema de Metrô (talvez o mais moderno do mundo na época) com os carros ferroviários a serem usados. Lutou para provar que os carros a serem utilizados eram de tecnologia ultrapassada e apresentavam diversos problemas de design, principalmente na parte interna. Propôs então uma concorrência entre escritórios do Rio e São Paulo. Ao apresentarem uma proposta compatível com a tecnologia da Marfesa, Verschleisser/ Visconti ganharam mais este concurso. "Os carros ferroviários eram muito antigos, havia rebites aparentes, materiais pesados o que provocava um desgaste muito grande em rodas e trilhos. Isso sem falar da utilização de diversos materiais inflamáveis, um dos nossos principais problemas a serem solucionados na hora que apresentamos a proposta." O know-how desse projeto favoreceu anos depois a elaboração do Metrô do Rio.

    Visconti participou também da implantação e formação de dois outros cursos superiores de design no Rio de Janeiro, primeiro na unidade da Belas Artes na UFRJ, ainda nos tempos em que os cursos da Escola eram dados no centro, em meados de 1970 / 1971, quando o Curso de Artes Industriais, este era a denominação na época, formado pelo Prof. José Francisco Ferreira e mais recentemente, na Faculdade da Cidade, atual UniverCidade onde respectivamente dá aulas na disciplina de projeto gráfico, PVIII que corresponde ao projeto final de graduação.

    Sobre as particularidades dos dois curso destaca: 

    "Diferentemente da ESDI a Belas Artes da UFRJ oferecia uma série de recursos acadêmicos na área de artes. O maior desafio foi acomodar a questão curricular. A filosofia rígida, extremamente alemã da ESDI, não era o ideal para as condições de Brasil. Vejo no curso de design da UFRJ, principalmente por ser um curso de uma instituição governamental, toda uma preocupação com os problemas sociais. Mas sobretudo um curso eclético nos moldes do Royal College de Londres onde a plástica das artes se interage com o fator tecnológico industrial do design. Na UniverCidade fundado em 1980, um curso noturno de características totalmente diferentes de ESDI e UFRJ. Por ser um curso mais novo há um trabalho muito mais experimental e prático, onde recursos de computação gráfica estão muito presentes."

    Visconti lembra que os cursos de design já tiveram diversas outras nomeclaturas como, Artes Industriais, Artes Gráficas, Comunicação Visual, Programação Visual, Desenho Industrial... 
    "Esses são termos que ainda não traduzem o ideal da palavra em inglês. O problema é que a associação do que é design hoje está muito diluída, quase banalizada. Dizem que qualquer coisa hoje é fruto de design, somente para agregar um falso valor. Não é bem assim que funciona".

    Em 1995 o escritório Verschleisser/Visconti foi desfeito e os dois profissionais deram continuidade as suas carreiras profissionais e acadêmicas. Fatores que contribuíram para esta dissolução foram a dimunuição significativa de projetos de grande porte e o advento da Informática onde tiveram que aprender do zero novos recursos para apresentação e execução de projetos. "Foi genial essa idéia de refazer antigos projetos no computador. Tivemos que condensar vinte e oito anos em seis meses de trabalho contínuo, mas infelizmente muita coisa se perdeu." 


    Visconti brinca com a variedade de projetos nos quais participou: "Só não fiz disco voador porque não me deram o motor".

    Comunidade do X-Design no Orkut

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